quarta-feira, 4 de novembro de 2009

revisitando o Rio de Janeiro - 2

Pois recebemos visitas. Muito bom rever familiares, varar madrugadas conversando, fazer comidinhas especiais e, logicamente, passear com eles, levá-los a conhecer o Rio. E tome bondinho, trenzinho, forte de Copacabana, Jardim Botânico, Grumari, etc, etc, etc. Passeios clássicos, obrigatórios. Só neste ano, já fizemos o roteiro três vezes. Mas não nos queixamos, pelo contrário. Gostamos muito de rever esses lugares tão bonitos, e com tantas peculiaridades que é comum nos admirarmos a descobrir um novo detalhe, que antes nos fugira.

Sim, Gilberto Gil, o Rio de Janeiro continua lindo.

Mas, voltando às visitas, a cada passo é necessário traduzir, dar explicações - e é muito divertido ver o ar de incredulidade das pessoas.

- Não, querida, não é nada pessoal; aqui certas pessoas não têm, mesmo, muita pressa. A operadora do caixa precisa, primeiro, terminar de contar para a empacotadora como foi o fim-de-semana – com de-ta-lhes. Em seguida ela nos atenderá, tem paciência.

- Sim, aqui convivemos com jacarés (pausa na caminhada para fotografar e filmar dois dos amáveis bichinhos); não, eles não invadem as casas, só quando chove muito (olhos arregalados e repentina pressa para sair da pontezinha – hehe, que maldade!)

- Claro que aqui no Rio tem mulheres bonitas. Aliás, muito bonitas. Apenas que, como explicou minha nora carioca (linda moça, por sinal), elas não costumam ir à praia nos finais de semana: não gostam de disputar terreninhos de um metro quadrado, nem pretendem esconder seus belos atributos debaixo de toda aquela areia grudenta. Logicamente, preferem retocar o bronzeado em piscinas nos altos dos prédios, de onde têm uma visão espetacular da cidade – e do povão lá embaixo.

- “Bixcoito grobo sal e doce” quer dizer: bolachinhas de polvilho (acho), salgadas e doces. Quer provar?

E mais:

- Esse creminho branco que a moça está passando no corpo com uma luvinha é um produtinho que ela acabou de comprar daquele moço ali e que vai deixar os pelinhos do corpo douradinhos. (Tudo no diminutivo, numa tentativa de amenizar a incrível visão de uma moça corpulenta toda empapada com o tal “creminho” branco, de pé, imóvel por uns 10 minutos).

Ah, o Rio de Janeiro continua lindo! E os cariocas são pessoas maravilhosas. O que mais admiro neles é a capacidade de fazerem o que têm vontade, não se importando com o que os outros vão pensar ou dizer a respeito. Isso é ótimo; desde que não fira o próximo. Simples e óbvio - infelizmente, nem sempre as pessoas têm esse cuidado. Mesmo os cariocas, quase sempre tão gentis.



3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Rsrsrsrsrs,
    Realmente me impressionei com a história das moças de caixa de supermercado... aqui em SP, um bate-papo destes seria motivo de palavrões e bastante indignação; esta é uma cidade onde o tempo é precioso e, talvez, um lugar onde o PRODUZIR seja levado muuuito a sério. Amo Sampa, mas de vez em quando não há nada melhor do que um pouco de sossego e uma leitura à beira-mar.

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  3. Sensacional!!!
    E agora entendi por que não recebo mais e-mails teus... está tudo aqui, no blog!
    Haha. Beijos.

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