domingo, 9 de maio de 2010

de mães e de filhas

O videozinho abaixo tomei emprestado (ela ainda não sabe) da minha filha Bíbi, neta de vó Maria e de vó Manoela, e mãe da pequena Lara.

Mãe pega no pé? Leve um Casaquinho!

sábado, 8 de maio de 2010

O que nos move, o que nos prende



Eu tinha 18 anos, cidadezinha do interior. Estava em minha loja, observando as poucas pessoas que passavam. De repente, movimentação inusitada. Fui para a porta da loja e vi. Três sujeitos espancavam um homem bêbado e o jogavam na caçamba de uma caminhonete – ele, ensanguentado e sujo – como se fosse um saco de batatas.

O motivo de tanta violência, não sei. Mas nada justificaria tal brutalidade.

O que eu senti ao assistir à cena me assombra até hoje. Um impulso enorme de sair em socorro do homem, gritando que o soltassem, que não podiam tratar ninguém daquela maneira. E – no instante seguinte – uma força paralisante, um medo, uma covardia, um pensar nas consequências (mesmo sem saber quais), que me fizeram fugir para o interior da loja.

Essa lembrança me persegue. Se eu tivesse tentado socorrê-lo, que espécie de pessoa seria hoje? Bem diferente do que sou, tenho certeza. Ou não?

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Choque de realidade



Estávamos em Paquetá (já escrevi minhas impressões a respeito da Ilha), jantarzinho improvisado pela cozinheira do hotel, numa espécie de barzinho – o hotel não serve jantar nem abre o restaurante à noite.Tudo bem, ambiente informal, papo despretensioso, sopinha deliciosa.

Apenas P., eu, uma das donas do hotel e a cozinheira, dona Laura. Que, aliás, falava pelos cotovelos. Enquanto saboreávamos a sopa, ouvíamos a simpática senhora. Ficamos sabendo que ela é do interior de MG e que veio para o RJ à procura de emprego. Mora em São Gonçalo, trabalha em Paquetá nos finais de semana e sempre que há feriado.

Falando a respeito do lugar onde mora, disparou:

- As pessoas acham que lá tem muita violência; não tem, não. Meus meninos brincam na rua até a noite, as pessoas não passam chave nas portas, dormimos com as janelas abertas.

Àquelas alturas, eu quase perguntava para dona Laura onde, afinal, ela morava. Queria me mudar para lá, com urgência.

- Também, todos já sabem: Se alguém fizer crime ali, os pessoal mata. Tá certo, cês não acham? Afinal, quem quiser fazer coisa errada, que faça, mas noutro lugar. A comunidade, eles têm que respeitar. Cês não acham?

Doeu. Não sei o que me impressionou mais. Não o caso em si, afinal ninguém é ingênuo de pensar que pena de morte não existe no Brasil. Mas me chocou a naturalidade com que dona Laura externou sua opinião a favor do estado de coisas, e a certeza dela de que eu concordaria; e me incomodou sobremaneira o abalo que senti.

Afinal, que mundo é esse em que eu vivo?