quarta-feira, 25 de novembro de 2009

aniversário de minha pequena


Faz pouco ela nasceu, parece que foi ontem. Chegou linda e seguiu fazendo lindezas mundo afora.

Nem três anos tinha, e resolveu sair de casa. Queria independência. Arrumou a trouxinha (esse, o nome. Roupinhas dobradas com capricho e colocadas no centro de uma toalha de banho – com capuz – cujas pontas ela recolhia com cuidado para que nada escapasse ou amarrotasse) e foi. A escuridão das escadarias do prédio a intimidou um pouco, mas seguiu mesmo assim. A custo de muita conversa, consegui que ela voltasse por “vontade própria”.

Aos seis anos, teve a primeira redação publicada em jornal: Cristiano e seu carro. Aos nove, era líder de turma e viajava pelo interior do RS com o coralzinho do colégio. No outro ano, foi para a Alemanha, em viagem de estudos (música) – ficou um mês.

Quando fez 13, entrou para uma banda de rock, vocalista e guitarrista (tocava violão já desde antes de ser alfabetizada). Nesse ano também – para minha felicidade – passou a comprar suas roupas sozinha (Só eu sei – e o pai dela – o que era levar a “pequena” a fazer compras. Era de chorar, nada lhe agradava). Aos 14, foi capa de revista, com o título: Lugar de mulher é... no estúdio. Em seu aniversário de 15 anos, evidentemente, não queria festa. Tivemos que fazer surpresa. Adorou. Mais tarde trocou a guitarra pelo contrabaixo, aprendeu a dirigir, ganhou buggy, depois um carro “de verdade”; então já saía para baladas e voltava – com sorte – antes de eu sair para o trabalho, na manhã seguinte.

Mal havia feito 20 anos, veio de muda com o irmão e a banda para o Rio de Janeiro. E fez bonito. Hoje escreve. E continua encantando. Deu-me preocupações? Sim, claro, não poucas. Deu-me alegrias? Todas – e ainda me dá.

Minha filha querida sempre foi motivo de todo meu cuidado. Hoje ainda cuido dela – sempre que me permite – e adoro fazer isso. Mas agora ela é mais. É minha filha e é minha mãe.

Parabéns, minha florzinha.



Um comentário:

  1. E a menina do texto ficou sem palavras.
    Apenas muito, muito agradecida. Mesmo.
    Beijos.

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