quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Paquetá

Preciso escrever sobre Paquetá. Minha visita à ilha foi impactante demais. Não a conhecia ainda, o que é imperdoável para quem mora no Rio há quase quatro anos, já. Mochilinha nas costas, muita expectativa, Estação das Barcas. Decepção: que lugar mais feio, encardido! Já dentro da barca, o sentimento se confirmou: o “aroma” era de xixi.

Eu não sou de me assustar com facilidade; e em qualquer situação, sempre acho que, afinal, alguma coisa há de se aproveitar. No entanto ainda teria mais alguns dissabores. Ao desembarcar em Paquetá, o sentimento foi de desânimo. Muita sujeira, por todos os lados. E mau cheiro. Triste.

Li num livro (desculpem, não posso citar a fonte – minha memória, com o passar dos anos, tornou-se, como gosta de dizer uma pessoa a quem amo muito, “uma vaga lembrança”); mas li num livro que o Brasil é um país barroco (pelos contrastes) e que o Rio é barroco por excelência. Que verdade verdadeira!

Voltando a Paquetá: no caminho para o hotel – de charrete, um charme! – os sentimentos se alternavam. Fiquei encantada com tanta beleza. Mas, a cada passo, mais lixo. E animais que me dão arrepios: corvos.


Porém, realmente, a natureza ali é pródiga. E, além das belezas naturais, outras surpresas agradáveis como a simpatia e boa vontade das pessoas, o que de certa forma compensa a falta de estrutura turística. E peculiaridades como o baobá (segundo o condutor da charrete, a árvore é uma de apenas quatro existentes no Brasil – o homem está mal informado, mas tudo bem); o cemitério de pássaros (nosso amigo da charrete disse que é único no mundo – duvido, mas fiquei com preguicinha de checar); e o Mercado Livre, modelo primitivo e encantador de Classificados.

É importante que eu diga, ainda, que, logo que voltei da ilha, soube que uma carioca a quem admiro e respeito foi a Paquetá também há pouco tempo e voltou de lá muito bem impressionada com a estrutura da ilha, que está, segundo ela, muito melhor do que há alguns anos. Fiquei assim... Vai ver a situação era desesperadora, de abandono total, e por isso a boa impressão da moça; vai ver eu tive o azar de ir num dia ruim (realmente, tinha chovido muito nos últimos dias). Ou - quem sabe? - talvez minha amiga tenha uma visão um tanto romântica do lugar, daquelas difíceis de desfazer, coisa de infância. Voltarei para conferir? Pelo sim, pelo não, vou dar um tempo.

Obs: Relendo o texto (sempre faço isso antes de postar), fiquei com a impressão de que ele não faz jus aos encantos de Paquetá. Observem as fotos, deliciem-se com elas. E julguem. Ou vão até a Praça XV, peguem a barca, ...

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