quarta-feira, 20 de junho de 2012

poema de gratidão


A lua prateada que tu me deste
foi entrando devagar pela janela -
receio de assustar, pejo de invadir.
Suave, mansa, espiou cada canto
e em cada canto deixou seu rastro.

Viu-me reclinada,
as mãos soltas, abandonadas,
os olhos vazios como que esperando
por tudo ou por quase  nada.
E  foi-se dando em sopros.

Enfim iluminou o quarto todo, até a escura almofada
onde eu me encontrava.
Tocou o corpo seco, o peito rígido,
os lábios ásperos.
E tudo se fez brilho por obra dessa lua.

Todavia, um olhar zeloso e amável
para  além de mim, além da lua
veria os teus dedos, o teu carinho -
toda generosidade tua.

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