quarta-feira, 19 de junho de 2013

sonhando

(e proseando em verso com Álvaro de Campos)

meu sono é outro, Álvaro
teu sono mata, não quero isso; eu 'inda espero

quero ver a rapariga da janela e seu amante
ouvir todos os sons, as estridências
desassossego, alumbramento... muito riso

e também quero suspiro, paz candente
minha coxa descansando na mão dele
não quero o mundo dentro, sombra e segredo
antes quero o peito arfante dele

se é pra morrer, que me sufoque em ondas o desejo

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